(Des)igualdade de género

Se queremos olhar para a História do mundo e compreender a sociedade em que vivemos, não podemos, nunca, ignorar o papel que tiveram as mulheres, uma participação extremamente importante em diversas áreas.

Olhemos para a importância que este tema tem no sistema político português. Vemos os esquerdistas (apoiantes de países que são tudo menos adeptos da igualdade de género), que tomam como sua a luta contra este flagelo da atualidade. Lembremo-nos, sem moral alguma. Isto não é uma guerra contra os partidos à direita, é uma guerra por uma sociedade mais coesa e regida por valores igualitários, onde o género, a orientação sexual e a origem, pouco ou nada importam.

Este tema não é uma exceção, pois, os partidos à esquerda tendem a tomar como suas, as bandeiras que mais atraem as camadas juvenis, como o ambiente e os direitos humanos. Mas esquecem-se que o resto do espetro político também tem em conta esses detalhes. Tomemos como exemplo a Região Autónoma da Madeira, governada à direita, com uma coligação PSD/CDS, onde se estima que, no final deste ano, 50% da energia elétrica venha de fontes renováveis. Mostrando assim, que esta e muitas outras causas (como a que abordo aqui hoje), não têm donos.

Na atualidade, vejo um grande flagelo no campo de debate, que são as quotas de participação, relativas ao género (não é que todas as outras sejam menos ridículas do que esta). Na minha modesta opinião, esta é só mais uma medida discriminatória. Acho inadmissível a existência de quotas de género num país democrático, pois, os lugares têm, e devem de ser dados, a quem tem provas dadas do seu trabalho, seja este homem ou mulher. Não é com este tipo de leis que mudaremos o pensamento coletivo. Desde quando é que o poder legislativo pode interferir no normal funcionamento de uma empresa privada e obrigá-los a ter uma participação por género? É correto? Queremos que uma mudança de tão grande importância para a vida de muitos seja feita desta forma, “fácil”, que, decerto, não mudará a mentalidade da sociedade?

De soluções “fáceis” e populares, que não têm capacidade de mudar mentalidades, já estamos nós fartos. Pois parece ser uma das principais especialidades deste e do anterior Governo, que, para não perder o tão querido apoio dos partidos da esquerda, não fez nenhuma mudança de fundo no nosso sistema nos últimos cinco anos. Simplesmente foi fazendo pequenas alterações meramente estéticas, que na maior parte das vezes, não sortiram quaisquer efeitos.

A resolução deste problema reside, mais uma vez, na educação. Temos de mudar o pensamento coletivo, e fazer perceber, que não há uma característica intrínseca a cada sexo relativamente à capacidade e competência profissional, que distinga o sexo masculino do feminino. Isto não é debatível. Não há um dimorfismo sexual. Há que fazer compreender, desde cedo, que não existem trabalhos de homens, nem trabalhos de mulheres, existem trabalhos. Há que mudar o paradigma, educar para uma sociedade onde a equidade seja um bem tão precioso, como a liberdade, não só no papel, mas no regular funcionamento do nosso país.