Eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada!

O ano de 2015 foi um ano de viragem na vida política portuguesa. Ao fim de três anos só posso concluir que foi uma viragem muito negativa. Diz-se que o país está melhor, que a economia está bem, que existe estabilidade política, que agora temos bons Existem sinais muito preocupantes e que devem ser objeto de reflexão sobre a vida política.

Em 2015 o Partido Socialista (PS) e António Costa tomaram de assalto o poder para poder construir o socialismo à maneira deles. Puseram o PCP e BE no bolso, criaram a ideia que Passos Coelho era o “pai de todos os males” e daí nasceu a “geringonça”. O facto de terem ido para o poder tinha como significado o reconhecimento que foi o Governo de Passos Coelho que ajudou a levantar o país da bancarrota. Por isso, em 2015 António Costa e o PS arrogaram-se no direito natural de governar em tempos bons.

Os últimos tempos foram bastantes esclarecedores quanto às reais intenções dos socialistas no poder. Ora vejamos os seguintes factos que são, no mínimo, curiosos.

No Governo temos uma verdadeira “família” socialista. O ministro Vieira da Silva é pai da secretária de estado Mariana Vieira da Silva; os ministros Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino são casados; a porta-voz do PS, Ana Catarina Mendes, é irmã do secretário de estado dos Assuntos Fiscais; Guilherme W. d’Oliveira Martins é secretário de estado das Infraestruturas e filho de Guilherme d’Oliveira Martins, ex-governante do PS; o novo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, tutela a área do turismo, setor onde a sua mulher está presente ao dirigir a Associação de Hotelaria de Portugal; a ministra da Justiça Francisca Van Dunem é casada com o ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos, Eduardo Paz Ferreira, que acaba de ser nomeado pela ministra do Mar para presidir à comissão que vai renegociar a concessão do terminal de Sines, atribuída à empresa de Singapura PSA; o novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, é filho do anterior ministro socialista João Cravinho.

Confuso, não? É simplesmente vergonhoso! Mas o circo não acaba por aqui. A cereja em cima do bolo é o nome do novo secretário de estado da Energia que é João Galamba. E quem esta personagem? João Galamba é um produto do socratismo, é um político matreiro e muito básico e, mais grave do que isso, é uma pessoa sem competência técnica comprovada para o cargo para o qual foi nomeado. Infelizmente partidarizou-se em excesso esta pasta governativa.

É interessante recordar uma história já antiga que diz respeito aos “empregos” existentes na família do Presidente do PS, Carlos César. A mulher Luísa César foi nomeada em 2014 pelo Governo Regional do Partido Socialista, sem concurso público, coordenadora da estrutura de missão para a criação da “Casa da Autonomia” dos Açores. O filho Francisco César é deputado regional nos Açores pelo PS e preside à comissão parlamentar de economia. A nora Rafaela Teixeira foi nomeada em Novembro de 2016 pelo governo regional, chefe de gabinete da secretária regional adjunta para os Assuntos da Presidência.

A par disto tudo, tivemos ao longo da atual governação socialista casos gritantes e gravíssimos como os incêndios de 2017 e o caso de Tancos que ainda fará correr muita tinta.

Infelizmente noto que o PS está a querer dominar o Estado com base num ciclo fechado de certas pessoas e interesses. Tal circunstância fez-me lembrar uma célebre música de Zeca Afonso: “A toda a parte, Chegam os vampiros, Poisam nos prédios, Poisam nas calçadas, Trazem no ventre, Despojos antigos, Mas nada os prende, Às vidas acabadas, Eles comem tudo, Eles comem tudo, E não deixam nada”.