Em que Europa queremos viver

Uma semana depois das eleições europeias, é importante reconhecer a importância dos números de abstenção, mais especificamente na população jovem do nosso país.

Algumas razões plausíveis podem justificar estes números, como a falta de conhecimento sobre o que é realmente a União Europeia, o seu funcionamento e impacto que causa sobre cada estado membro, neste caso Portugal, ou simplesmente falta de interesse sobre a política nacional e europeia e seus respetivos propósitos.

Este pequeno texto tem como objetivo sensibilizar a população jovem a ter um maior conhecimento sobre a importância da União Europeia, assim como realçar a sua importância no ato eleitoral numas futuras eleições europeias.

Em primeiro lugar, é crucial entender a importância e papel da União no nosso país e como pode afetar a sociedade positivamente. Uma união política, social e económica, que tem como princípios a democracia, paz e cooperação entre os estados membros, na qual comércio e circulação de bens, capitais e pessoas acontece livremente, tem a capacidade de proporcionar um maior número de oportunidades para todos os cidadãos envolvidos. Um exemplo prático pode ser a aquisição de produtos mais baratos devido à inexistência de quotas ou tarifas entre os estados membros, afetando positivamente os rendimentos reais da população. Por outro lado, oportunidades de emprego em determinadas áreas profissionais podem ser mais abrangentes, por exemplo, em Portugal do que na Dinamarca, e vice-versa, onde a livre circulação de pessoas elimina barreiras a este tipo de oportunidades dentro da União Europeia. Estes exemplos, entre outros, tornam a União uma região de integração bastante desenvolvida, não só em termos económicos, mas também a nível social e da qualidade de vida das populações envolvidas.

Adicionalmente, é de elevada importância também referir a ascensão de ideologias neonacionalistas dentro da União Europeia, e consequentemente afetando o seu funcionamento e princípios. É do conhecimento geral a situação do Reino Unido (“Brexit”) e a sua respetiva intenção de afastamento da União Europeia. Pessoalmente, tive a oportunidade de presenciar a relação da República da Irlanda e Irlanda do Norte, onde alguns cidadãos me informaram que pessoas, bens e capital atravessavam a fronteira no dia-a-dia sem qualquer tipo de problemas, e que os confrontos político-religiosos são situações do passado distante. No entanto, com a presente situação do Reino Unido, anos de paz podem ser comprometidos, onde alguns conflitos já surgiram nesta zona específica da Europa. É de extrema importância referir que ideologias nacionalistas, pelo menos na Europa e dada a contextualização histórica, foram motivos de grandes conflitos mundiais.

Sendo os jovens o futuro de Portugal e da Europa, está nas mãos deste grupo etário escolher em que tipo de “Europa” querem viver, ou mais especificamente qual a relação que pretendem que Portugal mantenha em relação à União, por isso espero que numas futuras eleições estejam conscientes do que realmente é a União Europeia e as suas vantagens, contribuindo para o seu desenvolvimento positivo e sustentável.