Entrevista a Paulo Ribeiro Bito, Presidente da JSD Distrital de Viseu

Paulo Ribeiro Bito, 28 anos, orgulhosamente natural de Pereiros, concelho de S. João da Pesqueira. Gestor.

Atualmente exerce as funções de Secretário da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Vilarouco e Pereiros e de Tesoureiro da Associação de Fraternidade e Solidariedade Social – IPSS.

 

Como tem sido a experiência de liderar a JSD Distrital de Viseu?

Um privilégio, um enorme desafio e uma aprendizagem constante. Um privilégio por ter a oportunidade de liderar um grupo de pessoas que se preocupam com Portugal em toda a sua longitude, desde a freguesia onde nasceram e/ou habitam a todo o território nacional. Um enorme desafio por o distrito de Viseu ser o maior do país em número de concelhos (24) e onde ainda é necessário realizar um trabalho profundo de reativação de muitas estruturas concelhias em que ainda não existem militantes da JSD. Uma aprendizagem constante originada pelo debate de ideias tão diverso e plural atendendo ao contexto de vida de cada militante/simpatizante do distrito e que procura responder aos problemas da nossa geração.

 

Quais as prinicipais preocupações da JSD Distrital de Viseu?

A JSD Distrital de Viseu tem várias preocupações muito focadas no seu território, porém, de todas, destaco a preocupação com os territórios de baixa densidade populacional que não conseguem competir em igualdade de meios com as restantes zonas do país, deparando-se no dia-a-dia com a saída dos seus jovens, que, aguerridamente, buscam por melhores e mais variadas oportunidades que aquelas que encontram naquelas regiões. Assim, na nossa ação política procuramos responder às seguintes questões fundamentais:

  1. Como manter nos nossos territórios os jovens que nunca saíram, garantindo igualdade de acesso e oportunidades?
  2. Como fazer regressar aos nossos territórios os jovens que saíram e pretendem regressar com mais qualificações pessoais, académicas e profissionais?
  3. Como atrair jovens que nunca cá habitaram, mas que possam encontrar uma janela de oportunidade aliada às potencialidades já existentes nas nossas terras?
  4. Como estimular o tecido empresarial a fixar-se nestes territórios e a contratar jovens?

É nosso entendimento que os territórios de baixa densidade populacional que estão dotados de certas potencialidades, tais como os recursos endógenos de grande qualidade, a qualidade de vida e a forte ligação ao meio ambiente num estado quase “puro”, ao serem aliadas a certas medidas de discriminação positiva, seriam capazes de fomentar sobejamente a melhoria das condições sócio – económicas que lhe são adstritas, levando a um equilibrio competitivo e proporcional com as áreas geográficas mais desenvolvidas do país. Temos por isso a convicção de afirmar que apenas com políticas de discriminação positiva destas regiões poderemos estagnar a sangria de gentes que tem ocorrido nas últimas décadas e quiçá retomar a desejada recuperação económica e demográfica.

Assim, apresentámos no âmbito das eleições legislativas um conjunto de propostas concretas às quais demos o nome de Programa “FIXA-TE!”, pretendendo lançar uma reflexão e debate público para a necessidade de se legislar no sentido de se criar um Estatuto de Jovens de Zonas de Baixa Densidade Populacional.

Com efeito, iremos também apresentar o Programa “FIXA-TE!” como moção no próximo Congresso Nacional.

 

Quais as prioridades dos jovens do Distrito de Viseu?

No meu entender, os jovens do distrito de Viseu têm como prioridade fundamental para si e para o seu território a igualdade de oportunidades. Igualdade de oportunidades no ensino, no trabalho, na constituição da sua família… No fundo, a realizarem-se em todos os domínios da vida, podendo concomitantemente estabelecerem-se, quando assim o entendem, na terra que amam.

 

Qual o papel da Juventude Social Democrata na coesão territorial?

A JSD, liderada pela Margarida Balseiro Lopes, já colocou na agenda este tema que tanto nos diz, vejamos a realização de dois Congressos da Coesão Territorial durante o seu mandato. Esse trabalho de reflexão e debate deve acontecer intensamente, bem como a auscultação daqueles que vivem e sentem os territórios do interior no seu dia-a-dia. Fazendo esse exercício, deve a JSD, quer através dos seus órgãos nacionais quer através dos seus deputados na Assembleia da República, colocar este tema na agenda de decisão política com a apresentação de um pacote de medidas impactantes que discriminem positivamente estes territórios.

 

Quais serão os maiores desafios que a Juventude Social Democrata irá encontrar nas Autárquicas 2021?

As eleições autárquicas de 2021 serão fundamentais para a implementação territorial efetiva da social democracia que a JSD e o PSD defendem para Portugal. Com a ação dos eleitos locais, sejam nas Freguesias ou nos Municípios, poderemos ter uma importantíssima evidência de proximidade às pessoas que demonstre a qualidade do projeto de governação que o PSD oferece ao país.

Também aqui a JSD pode ter um papel fundamental, assim as estruturas do partido tenham essa disponibilidade e interesse. Acredito convictamente que a JSD tem no seu quadro de militantes e de simpatizantes, pessoas muito dinâmicas e qualificadas que podem perfeitamente integrar e/ou liderar listas do PSD às Assembleias Municipais, às Câmaras Municipais e às Assembleias de Freguesia. É necessário renovar os agentes políticos, chamando jovens, os mais bem preparados para servir as suas terras e as suas gentes de uma forma dedicada e apaixonada, dando-lhes espaço para passarem a mensagem social democrata às pessoas que tão bem conhecem e que tratam individualmente pelo nome. Contudo, devo dizer que as autárquicas não podem significar uma agência de lugares em que os militantes e simpatizantes da JSD têm esse lugar por o serem. Devem ser escolhidos, como já referi, os melhores, que estejam absolutamente preparados para darem o seu contributo na melhoria das condições de vida do seu povo. Acredito-me que com a irreverência, determinação, qualificação e inovação dos quadros da JSD, o partido possa ver reforçada a sua interpretação do sentir e dos anseios do nosso povo e assim ter um resultado muito positivo.