As “grandes obras” de Pedro Marques

O verdadeiro curriculum do cabeça-de-lista do PS às Europeias

 

O Partido Socialista apresentou hoje Pedro Marques, atual Ministro do Planeamento e Infraestruturas, como cabeça-de-lista às eleições Europeias de 2019. A escolha deste ministro como figura de cartaz do PS ao Parlamento Europeu mostra como António Costa premeia a incompetência e o ilusionismo.

Ora vejamos:

  • Em 2016, Pedro Marques apresentou um surpreendente Plano de Investimentos em Infraestruturas, o Ferrovia 2020, com um investimento global de 2,7 mil milhões de euros. Passados dois anos à frente do ministério, o plano só tinha 15% de obras concretizadas, com 79 quilómetros de linha ferroviária em execução, dos 528 que deveriam ter sido iniciados, segundo o cronograma.

A 6 de fevereiro de 2019, vexado pelos partidos que o acusaram de prometer apenas obras no papel, o ministro afirmou orgulhosamente ter 315 quilómetros da obra do Ferrovia 2020 em execução – menos 213 do que deveria ter atingido… um ano antes.

 

  • Em janeiro de 2019, o Governo lançou um Plano Nacional de Investimentos até 2030 com um orçamento estimado de 20 mil milhões de euros. Acontece que o PETI 3+, o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas até 2020, se encontra com 80% por executar.

O mais surpreendente foi verificar que vários projetos que fazem parte do PNI 2030 transitaram do PETI 3+ e do Ferrovia 2020, mostrando assim que Pedro Marques nada planeou, limitando-se apenas a alargar prazos de projetos que há muito se encontram atrasados, ou que nem sairam da gaveta.

 

  • Por fim, temos o caso do novo Aeroporto de Lisboa no Montijo – que por enquanto, e uma vez mais, não passa de apenas uma obra no papel. Tudo, porque o novo aeroporto está dependente de uma Declaração de Impacto Ambiental (DIA) positiva, sem a qual não se pode proceder à sua construção. Portanto, o anúncio desta obra não passa de mais uma fantasia, dado que, neste momento, ele pode nem sequer vir a existir. A menos que Costa já saiba qual o resultado da DIA, o que seria uma grave violação do princípio da independência e imparcialidade, que deve presidir à tomada destas decisões.

 

Em suma, não é de admirar que o investimento público tenha atingido, em 2018, 2% do PIB, quando o Orçamento do Estado previa 2,8%. António Costa atinge, assim, uma taxa de execução orçamental média de 80,7% contra 87,8% do primeiro Governo de Passos Coelho, mostrando assim que se investia mais em tempo de austeridade e de resgate financeiro do que quando se apregoa “o maior crescimento da década”.

A lição que se retira daqui é a de que António Costa promove o ilusionismo e o corte do investimento público, e premeia a incompetência, colocando Pedro Marques como cabeça de lista às Europeias em 2019.

Este é o verdadeiro Curriculum de Pedro Marques.