JSD defende estudantes de medicina e desafia o Governo

A Comissão Política Nacional da Juventude Social Democrata considera lamentável a diminuição dos locais de realização da Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada (PNAFE), obrigando os estudantes a realizarem centenas de quilómetros adicionais e a suportarem os seus encargos, numa decisão centralista e centralizadora. A par desta péssima decisão, junta-se a circunstância de este ter sido o primeiro ano em que terão de pagar taxa, deslocação, refeições e eventuais dormidas para realizar um exame obrigatório para a admissão na especialidade, um exame essencial para os estudantes de medicina.

A Comissão Política Nacional da Juventude Social Democrata teve conhecimento, após várias comunicações por parte de estudantes de medicina que irão, este ano, realizar a Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada (PNAFE), dos constrangimentos sentidos em virtude das recentes decisões da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Com efeito, atualmente, existem oito escolas médicas no país, distribuídas por cinco distritos e duas regiões autónomas, respetivamente localizadas em Braga, Porto, Covilhã, Coimbra, Lisboa, Faro, Funchal e Ponta Delgada. Há também dois ciclos básicos nas regiões autónomas. Desde sempre que, com a exceção da Universidade do Algarve, todas as instituições de ensino superior receberam, nas suas instalações, a Prova Nacional de Seriação, exame decisivo para a escolha da especialidade dos recém-formados em Medicina.

Todavia, este ano, por decisão da ACSS, não só se perpetuou a prática errónea de deslocar os alunos da Universidade do Algarve para realizarem o exame a centenas de quilómetros, como se obrigou à mesma deslocação os alunos da Universidade do Minho e da Universidade da Beira Interior. Quando era esperado pelo menos a adição de mais um local – em Faro – os alunos tiveram conhecimento, a dois meses da prova, que o exame já não decorrerá nos locais expectáveis, isto é, em todas as cidades das escolas médicas. Sem justificação, os recém-formados em Medicina, ficaram com menos dois locais para realização da PNAFE.

Esta prova, anteriormente conhecida como “Harrison”, representa o nervosismo e desconforto para os candidatos no próximo dia 18 de novembro. Este ano, pela primeira vez, terá também um novo formato, à qual acresce um encargo económico nunca antes necessário. Os novos médicos serão, portanto, forçados pela ACSS a pagar uma taxa, deslocação, refeições e eventuais dormidas para realizar um exame obrigatório para a admissão na especialidade, quando estudaram mais de meia década numa cidade que se, agora, vê impedida de os acolher no momento mais decisivo da sua vida. Se o problema passasse pela uniformização das condições para a realização da PNAFE, como alega a ACSS sem ter divulgado qualquer estudo que comprove a dita “falta de condições”, a solução seria a procura de novos locais em todas as cidades com escolas médicas.

A centralização dos locais de prova trouxe consigo a revolta e a frustração de estudantes que se encontram agarrados a cadeiras e secretárias. Trouxe também o sentimento de injustiça. Por conseguinte, não só pela quebra do pacto com a coesão territorial, mas, sobretudo, pelos constrangimentos causados a centenas de estudantes, a Juventude Social Democrata vem manifestar o seu profundo desagrado para com o Governo, desafiando-o a reverter todo o processo. A juventude laranja acredita ainda que o seu repto será aceite, não só por uma questão de justiça, equidade e estabilidade, mas porque, pior do que errar, é não corrigir o erro.