O Aparecimento da JSD

Na primeira semana de Junho de 74 três dezenas de jovens, liderados por António Rebelo de Sousa, criam o ‘Núcleo de Jovens do PPD’ que, ainda nesse mesmo mês, se transforma na JSD. Em Novembro de 74 realizou-se o primeiro Plenário Nacional da JSD onde foram aprovados os primeiros estatutos da estrutura. Fica, desde logo, como uma estrutura autónoma do PSD, apresentando um posicionamento programático claramente mais à esquerda, uma voz crítica e sem tabus, mas que, com o tempo, passou a alinhar mais com a base programática do partido. Mais ao centro e abandonando a ‘irreverência esquerdista’ que a caracterizou inicialmente.

Um dos primeiros cartazes da JSD.

O I Congresso Nacional da JSD realizou-se em Lisboa, a 31 de Maio de 75. A CPN saída do Congresso era constituída por António Rebelo de Sousa, Guilherme d’Oliveira Martins, Pedro Jordão, Paulo Costa, José Hernandez, António Cerejeira, Manuel Álvaro Rodrigues, José Mota Faria, José Carlos Piteira e José Coelho.

Cartaz de uma das primeiras campanhas da JSD na Faculdade de Direito de Lisboa.

As ideias chave lançadas consistiam na abolição da sociedade capitalista em prol do socialismo democrático, num repúdio pelo neo-capitalismo e pela estatização burocratizante. Considerou-se que a sociedade socialista desejada só poderia ser alcançada com a socialização dos meios de produção e o controle democrático do poder político e económico pelas classes trabalhadoras.

Henrique Chaves, Jorge C. Cunha, Francisco Motta Veiga, Carlos Cruz, António Fontes, António Rebelo de Sousa e Guilherme d’Oliveira Martins, foram as figuras de “proa” do movimento. Rebelo de Sousa e Guilherme d’Oliveira Martins, com maiores conhecimentos teóricos sobre Ciência Política, ficaram célebres com os artigos que, um e outro, iam publicando no primeiro jornal nacional da JSD, o “Pelo Socialismo”. Ficaram para a história as conversas que mantinham no jornal, classificavam-nas como sendo uma “forma original de comentário político, com evidentes vantagens e os inconvenientes de se tratar de um texto discursivo, logo menos sintáctico”.