A Social Democracia
Um breve resumo: A Social Democracia
De modo a compreender a Social Democracia, é necessário conhecer primeiro os movimentos que estiveram na sua origem.
No séc. XVIII, em plena Revolução Industrial, vários movimentos de organização social nasceram entre os movimentos políticos intelectuais e as classes trabalhadoras, criticando os efeitos da industrialização e da propriedade privada na sociedade. Esses movimentos denominados socialistas, embora com derivações distintas, tiveram como base o mesmo princípio – a construção da sociedade caracterizada pela igualdade de oportunidades e meios para que todos alcançassem essas mesmas oportunidades.
Dos diversos tipos de socialismo que surgiram, nasce o socialismo científico, que se baseava na compreensão da realidade e na análise da sociedade e das suas relações intrínsecas. É desse tipo particular de socialismo, já no século XIX, que nasce uma das mais famosas teorias de organização da sociedade – o Marxismo.
O Marxismo, após analisar as relações de classes nas sociedades, concluiu que a mudança nestas é gerada pela luta entre classes, onde estas se renovam constantemente, tendo igualmente previsto que a revolução da classe proletária da altura iria instituir uma ditadura do proletariado, onde ocorreria a socialização dos meios de produção através da eliminação da propriedade privada, sob a alçada do Estado. Após esta fase de transição, a sociedade passaria então para um comunismo perfeito, onde todas as desigualdades sociais e económicas desapareceriam (porque só haveria uma única classe), assim como o Estado. É desta teoria que se dá a divisão entre a Social Democracia e o Socialismo Ortodoxo (apoiantes do Marxismo).
A Social Democracia nasce então no início do séc. XX, defendendo uma transição pacífica rumo a um sistema igualitário e democrático através da evolução da sociedade, sem a necessidade de uma revolução. Preconizava uma reforma progressiva do sistema capitalista, com vista a torná-lo mais igualitário, decorrente de um contexto de extremismos políticos, que findaram com o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945.
A seguir a 1945, o mundo abriu-se a si próprio com a cooperação entre países, sendo a criação da Comunidade
Económica Europeia (CEE) o seu expoente máximo. Assim, também a Social-Democracia se abriu e passou a defender igualmente políticas económicas liberais.
Em Portugal, foi nas décadas de 1950 e 1960 que a Social Democracia se afirmou como a única corrente política moderada, como alternativa ao regime que vigorou até 1974 – o Estado Novo. Começou por se caracterizar por uma linha Católica-Social, antes de ter lutado pela democratização do regime e por uma transição pacífica para a democracia (a chamada “ala liberal” antes do 25 de Abril), adotando posteriormente uma linha tecnocrática, privilegiando a modernização do país através do desenvolvimento económico e evolução social e cultural.
Nos tempos seguintes à revolução de 25 de Abril de 1974, vários partidos políticos foram fundados, entre eles o Partido Popular Democrático (PPD) a 6 de Maio desse ano, por Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota (mais tarde viria a mudar o seu nome para PSD – Partido Social Democrata). Em Julho de 1974, a Juventude Social Democrata – JSD – foi igualmente fundada.
Ao mesmo tempo, deu-se o risco real do país cair numa ditadura marxista, sob a alçada do Partido Comunista que, liderando Governos Provisórios, avançou com nacionalizações e apropriações de terras. A influência e poder comunistas viriam a perder terreno com o golpe militar de 25 de Novembro de 1975.
Como tal, e em oposição aos caminhos radicais do comunismo e do socialismo, o PSD – pela mão de Sá Carneiro – apresentou-se como o partido promotor do Estado de Direito Democrático, onde fosse possível conciliar “liberdade com ordem, progresso com segurança, desenvolvimento com justiça”.
O Partido Social Democrata (PSD) – assim designado desde 6 de Outubro de 1976 – é, desta forma, um partido defensor da liberdade de expressão, para o qual a pessoa humana está em primeiro lugar, do pluralismo, da paz e do diálogo. Um partido que defende a justiça e a igualdade. Uma igualdade de oportunidades, mas também a valorização do trabalho, do esforço e do mérito. Assim, valoriza a livre iniciativa, a economia de mercado e a integração europeia. O PSD é também um partido não confessional, mas respeitador de todos e quaisquer princípios ou crenças do povo português, bem como das suas diferenças.
Após um período de transição que durou cerca de 10 anos, Portugal conhece finalmente estabilidade política em 1986, com a entrada na CEE. O país desenvolveu-se como nunca e caminhou para uma democracia desenvolvida, do tipo ocidental.
Acompanhando o que se vivia no mundo desenvolvido, três visões começavam a afirmar-se no PSD: a social-democracia “pura”, o liberalismo e o conservadorismo. Se o liberalismo se batia por uma menor intervenção estatal e menos impostos, o conservadorismo defendia os valores morais e tradicionais, procurando a estabilidade. O partido procura conjugar e cimentar as três tendências. Como em todos os movimentos democráticos, existem diferentes sensibilidades ideológicas, mas também por este motivo é considerado o maior partido português: aquele que abrange mais áreas da sociedade, compreende as suas preocupações e, dentro da sua ideologia aceitadora e democrática, acolhe e representa mais convicções políticas.
Em homenagem à história da Social Democracia, a JSD orgulha-se de ter a sua própria identidade e autonomia, ser um ‘laboratório de ideias’ do partido, a força de renovação dos quadros do PSD, a voz dos jovens junto do partido e
estrutura crucial na mobilização dos jovens, sendo a maior organização política de juventude de Portugal.
Para mais informações sobre os principais acontecimentos que marcaram a história política de Portugal após o 25 de Abril de 1974, recomendamos a consulta da “Breve cronologia política da Democracia Portuguesa”, no capítulo Sabe Mais.